1. Folhas Mortas
Muitas vezes nos surpreendemos ao ver que uma canção muita conhecida, como "Autumn Leaves", na realidade é uma versão de uma outra menos conhecida, como no caso é a francesa "Les feuilles mortes". Temos casos em que a versão se torna mais conhecida que a original, e muitas vezes as duas tem uma letra com sentido diferente ou totalmente opostos, como é o caso de "My way" e "Comme d'habitude".
Essa canção "Les Feuilles Mortes" foi escrita pelo poeta francês surrealista Jacques Prévert em 1945.
A música foi criada antes por Joseph Kosma para o ballet "le rendez vous" em 1945 e Prévert escreveu depois a letra para o filme "Les portes de la nuit" (um filme de Marcel Carné - 1946), em 1945.
Jean Gabin e Marlene Dietrich iriam fazer os papéis principais, mas acabaram recusando em virtude do filme abordar questões da ocupação da França e que os dois tinham se envolvido profundamente.
Yves Montand

O poema completo foi publicado, depois da morte de Jacques Prévert, no livro "Sol da Noite" em 1980.
Nesse caso específico, as duas versões tem letra sobre o mesmo tema que são as lembranças trazidas pela queda das folhas no outono.
Poema / Música "Les Feuilles Mortes"
Les Feuilles Mortes As folhas mortas Oh, je voudais tant que tu te souviennes Des jours heureux où nous étions amis En ce temps-là la vie était plus belle Et le soleil plus brûlant qu'aujourd'hui. Oh! eu queria tanto que você se lembrasse Dos dias felizes quando éramos amigos Nesse tempo lá a vida era mais bela E o sol mais forte do que hoje Les feuilles mortes se ramassent à la pelle Tu vois, je n'ai pas oublié Les feuilles mortes se ramassent à la pelle Les souvenirs et les regrets aussi. As folhas mortas são recolhidas à pá Você vê, eu não me esqueci As folhas mortas são recolhidas à pá Lembranças e remorsos também Et le vent du Nord les emporte, Dans la nuit froide de l'oubli. Tu vois je n'ai pas oublié, La chanson que tu me chantais... E o vento norte as leva Na noite fria do esquecimento Você vê, eu não esqueci A música que você cantou para mim C'est une chanson qui nous ressemble, Toi tu m'aimais, moi je t'aimais Et nous vivions, tous deux ensemble, Toi qui m'aimais, moi qui t'aimais. É uma canção que se assemelha a nós Você, você me amou e eu te amei E nós vivemos os dois juntos; Você que me amava, Eu que te amava; Mais la vie sépare ceux qui s'aiment, Tout doucement, sans faire de bruit Et la mer efface sur le sable Les pas des amants désunis. Mas a vida separa aqueles que se amam Gentilmente, sem fazer barulho E o mar apaga na areia Os passos dos amantes separados |
2. - Versão Americana "Autumn Leaves"
Essa música se tornou muito popular na versão americana de Nat king Cole. Posteriormente ela foi regravada muitas vezes e em várias línguas. Temos mais recentemente inclusive gravações dessa música por Eric Clapton e por Bob Dylan.
Autumn Leaves Folhas de Outono The falling leaves drift by the window The autumn leaves of red and gold As folhas que caem, espalhadas pela janela As folhas de outono, vermelhas e amarelas I see your lips, the summer kisses The sun-burned hands I used to hold Eu vejo os seus lábios, os beijos de verão As mãos queimadas pelo sol que eu costumava segurar Since you went away the days grow long And soon I'll hear old winter's song Desde que você se foi os dias demoram mais a passar E logo eu ouvirei as velhas cantigas de inverno But I miss you most of all my darling When autumn leaves start to fall Mas eu sinto sua falta acima de tudo, querida Quando as folhas de outono começam a cair Since you… Desde que você se foi |
Autumn Leaves Nat King Cole
3. - O filme Portas da Noite
Poucos filmes contribuíram, tanto quanto Les Portes de la nuit , a moldar a idéia de que existe um "Paris de Jacques Prévert", onde as ruas cinzentas da capital impregnam magicamente os amores, risos e lágrimas de pessoas comum. A história ocorre em fevereiro de 1945, durante o inverno severo da privação que sucedeu o belo verão da Libertação. Entre as primeiras imagens, uma magnífica vista panorâmica da cidade, filmada no topo de um dos edifícios que fazem fronteira com a estação de metrô de Stalingrado, que até fevereiro de 1946 se chamava Auberviliers-Boulevard de la Villette.
As portas da noite mostram uma variedade de locais típicos da Paris popular, em particular a bacia de La Villette e a lendária ponte da Rue de Crimée, em que Robert Doisneau tirou a fotografia mais famosa de Jacques Prévert em 1955.
O metrô é um dos principais elementos da configuração do filme. É lá que Yves Montand cruza pela primeira vez com Jean Vilar, um encontro que simboliza o destino.
O metrô é um dos principais elementos da configuração do filme. É lá que Yves Montand cruza pela primeira vez com Jean Vilar, um encontro que simboliza o destino.
O filme conta a trágica história de amor do antigo membro da resistência Diego (Yves Montand) e da bela Malou (Nathalie Nattier), casada com o odioso aproveitador e e ex-colaborador George.
https://www.parisfaitsoncinema.com/les-classiques/paris-jacques-prevert-les-portes-de-la-nuit.html
Cenas do filme
4. - Referências
wikipedia - Les feuilles mortes / les portes de nuit