I. Introdução: As Belezas de Granada
II. - Resumo Histórico
II.1 - A Fundação de Granada e os Primeiros Povoadores
As origens de Granada remontam a tempos antigos. Embora o local tenha sido povoado desde o Neolítico, foi sob os íberos e romanos que surgiram os primeiros traços urbanizados de uma cidade.
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A Dama de Elche, foto wikipedia |
- Período Romano (aproximadamente 200 a.C. - 500 d.C.)
Em tempos romanos, a área era conhecida como Illiberis, uma cidade florescente dentro da província da Bética. Estes primeiros colonizadores deixaram traços como estradas, sistemas de irrigação e a introdução de vinhedos e olivais.
II.2 - A Conquista Árabe e a Ascensão de Al-Andalus (711 d.C.)
No século XI, com a fragmentação do Califado de Córdoba, Granada tornou-se a capital do Reino Taifa de Granada, sob a dinastia zírida. Este foi o início do auge da cidade. O bairro de Albaicín nasceu nesse período como centro habitacional e militar. Além disso, foram introduzidos sistemas de irrigação revolucionários, que permitiram transformar Granada em um local fértil e produtivo.
II.3 - A Era de Ouro Islâmica: Cultura, Ciência e Arte (1238 a)
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Alhambra, foto @Kasto80 em dreamstime.com |
O Reino de Granada tornou-se um farol de ciência, arte e tolerância religiosa. Judeus, cristãos e muçulmanos coexistiam em relativa harmonia, compartilhando conhecimentos nas áreas de matemática, astronomia, medicina e filosofia. A universidade nazarita promoveu o estudo de textos clássicos de autores como Aristóteles, traduzidos para o árabe.
No entanto, essa era dourada também enfrentava tensões. Granada sobrevivia politicamente à custa de acordos financeiros (os chamados parias) com os reinos cristãos do norte, adiando o inevitável avanço da Reconquista.
II.4 - A Reconquista de Granada
Após uma campanha de 10 anos que envolveu cercos como o de Málaga e vitórias fundamentais como a captura de Ronda, os Reis Católicos cercaram Granada em 1491. Em 2 de janeiro de 1492, Boabdil, sem possibilidades de resistência, entregou as chaves da cidade, encerrando assim o domínio islâmico na Península.
II.5 - O Legado da História
A conquista de Granada marcou o fim de uma era de coexistência religiosa que, embora turbulenta, havia gerado avanços culturais impressionantes. Infelizmente, a Reconquista trouxe consigo a Inquisição, que forçaria judeus e muçulmanos a se converterem ao cristianismo ou abandonarem a Espanha.
As marcas desse passado ainda vivem em Granada hoje. A Alhambra, os banhos árabes e as ruínas medievais não são apenas monumentos, mas testemunhas de eras de brilho, destruição e renascimento.
III. - O que ver em Granada - Essencial
- Considerada uma das maiores obras da arquitetura islâmica no mundo, é o símbolo máximo de Granada e de sua Era de Ouro islâmica.
- Construída no século XIII e ampliada por diversos sultões da dinastia nasrida, como Muhammad I.
- Palácios, torres, jardins (como o Generalife) e fortificações que mostram o poder da engenharia, arte e cultura árabe.
- Bem preservada, é um Patrimônio Mundial da UNESCO e recebe milhões de visitantes anualmente.
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Alhambra, foto HistoriacomGosto |
III. 2. Generalife
- Era o palácio de verão dos sultões nasridas, projetado como um paraíso na Terra.
- Construído no século XIII.
- Jardins deslumbrantes, fontes e terraços com vistas incríveis da cidade.
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Generalife, foto de @Neirfy em dreamstime.com |
- Um dos jardins históricos mais bem cuidados da Europa.
III. 3- Bairro Albaicín
- Antigo bairro mourisco, é o coração do passado islâmico de Granada.
- Desenvolvido durante a dinastia zírida (século XI).
- Ruas estreitas, casas brancas com pátios andaluzes e vistas espetaculares da Alhambra.
- Uma área histórica vibrante e charmosa.
III. 4 - Catedral de Granada
- Fachada
- Capela Mor
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Capela Mor da Catedral de Granada, foto HistoriacomGosto |
- Interior com colunatas brancas de pé direito altíssimo
- Atualmente é um centro religioso ativo e um ponto turístico.
III. 5 - Capela Real
- Túmulos dos Reis Católicos, Isabel de Castela e Fernando de Aragão.
A Capela Real foi ordenada pelos próprios Reis Católicos em 1504, com o intuito de ser seu lugar de descanso eterno. Eles determinaram que queriam ser sepultados em Granada por causa do simbolismo da conquista da cidade em 1492. A tomada de Granada foi o marco final da Reconquista, encerrando quase oito séculos de domínio muçulmano na Península Ibérica.
Além disso, os Reis Católicos queriam que sua sepultura simbolizasse a união das coroas de Castela e Aragão, o fortalecimento do cristianismo na Espanha e o grande feito da conquista de Granada, que representava o pleno poder monárquico. A localização em Granada, como a última conquista de seu reinado, reforçava o peso histórico e espiritual desse momento.
- Arquitetura da Capela Real
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Fachada da Capela Real, foto Jozef Sedmak em dreamstime.com |
III.6 - Corral del Carbón
III.7 - Mosteiro de La Cartuja
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Igreja do Convento dos Cartuxos, Granada, foto HistoriacomGosto |
- Altar-mor: Uma verdadeira obra-prima do Barroco, repleta de talha dourada extremamente detalhada e pinturas religiosas. O altar impressiona por sua riqueza ornamental.
III.8 - Sacromonte
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Sacromonte, foto Superchilum em wikipedia |
Complexo da Abadia de Sacromonte, foto Pepepitos em wikipedia |
III.9 - Plaza Nueva
A Plaza Nueva foi construída no século XVI, após a conquista de Granada pelos Reis Católicos em 1492, marcando o fim do domínio islâmico na Península Ibérica. A praça foi feita para criar um espaço público amplo em uma área que antes continha o leito do rio Darro. Para isso, o rio foi parcialmente coberto, permitindo a criação de um espaço central para a vida cotidiana e atividades administrativas, artísticas e sociais.
Durante os séculos seguintes, a praça serviu como um importante ponto de convivência e um cenário para eventos públicos e celebrações. Foi também espaço de tribunais de justiça, já que o edifício da Chancelaria de Granada (a Real Chancillería) foi construído ali, consolidando sua importância política.
O que há ao redor
A Plaza Nueva está cercada de edifícios históricos e atrações icônicas, o que reforça seu papel como ponto de convergência em Granada. Alguns dos marcos mais importantes incluem:
- Real Chancillería: Um majestoso edifício renascentista construído no século XVI, que serviu como sede do tribunal máximo de justiça durante o período dos Reis Católicos. Hoje, é um dos emblemas arquitetônicos da praça.
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Suprema Corte da Andaluzia, foto HistoriacomGosto |
- Igreja de Santa Ana: Localizada ao lado da praça, no início da Carrera del Darro, é uma construção mudejar do século XVI que representa a fusão das influências cristãs e islâmicas após a Reconquista.
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Igreja de Santa Ana, foto HistoriacomGosto |
- Carrera del Darro: Um dos passeios mais charmosos de Granada, às margens do rio Darro, começa na Plaza Nueva. Este caminho leva ao Albaicín, um dos bairros mais antigos e pitorescos da cidade, declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO.
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Carrera del Darro, foto dreamstime.com |
- Acesso à Alhambra: A Plaza Nueva é também um ponto de partida para chegar à Alhambra, o famoso complexo palaciano islâmico e um dos maiores ícones culturais da Espanha.
10. Puerta de Elvira
- Por que é importante? Era uma das principais portas defensivas da Granada islâmica.
- Fundação: Construída durante o governo zírida no século XI.
- O que ver? A estrutura parcialmente preservada que dá uma visão da engenharia urbana islâmica.
- Como está hoje? Uma entrada simbólica para o bairro Albaicín.
11. Madraça de Granada
- Por que é importante? Foi a primeira universidade islâmica da cidade.
- Fundação: Construída no século XIV pelo sultão Yusuf I.
- O que há lá? Restos da antiga sala de orações e belas decorações islâmicas.
- Como está hoje? Uma joia cultural preservada no centro da cidade.
12. Palácio de Dar al-Horra
- Por que é importante? Foi a residência da mãe de Boabdil, o último emir de Granada.
- Fundação: Construído no século XV.
- O que ver? Um palácio com belas varandas e jardins internos.
- Como está hoje? Um edifício histórico bem restaurado.
13. Campo del Príncipe
- Por que é importante? Importante pelo seu contexto histórico e espaço urbano pós-Reconquista.
- Fundação: Criada no século XV pelos Reis Católicos para festividades.
- O que há lá? Uma praça histórica cheia de bares típicos e visitantes no coração da cidade.
- Como está hoje? Um local popular entre moradores e turistas.
14. Banhos Árabes El Bañuelo
- Por que é importante? Um dos banhos públicos islâmicos mais antigos e bem conservados da Espanha.
- Fundação: Data do século XI, período zírida.
- O que ver? Sua estrutura abobadada e o sistema de aquecimento, que ainda impressionam.
- Como está hoje? Um testemunho notável da vida cotidiana em Al-Andalus.
- Por que é importante? Um reflexo da modernidade e do desenvolvimento científico da cidade.
- Fundação: Inaugurado em 1995.
- O que há lá? Exposições de ciência, tecnologia e um planetário.
- Como está hoje? Um centro educacional interativo e uma atração favorita das famílias.