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segunda-feira, 12 de novembro de 2018

A Pedra da Roseta e os Hieróglifos egípcios

I. - Introdução 


A Pedra de Roseta é um fragmento de uma estela (pedra vertical onde se esculpe ou registra)  de granodiorito do Antigo Egito, cujo texto foi crucial para a compreensão moderna dos hieróglifos egípcios. 


pedra da roseta - museu britânico
Pedra da Roseta, encontrada em Memphis, atualmente no Museu Britânico, foto de Hans Hillewaert


Na pedra existe uma inscrição que registra um decreto promulgado em 196 a.C., na cidade de Mênfis, em nome do rei Ptolomeu V, registrado em três parágrafos com o mesmo texto: 
  • trecho superior está na forma hieroglífica do egípcio antigo
  • trecho do meio em demótico, variante escrita do egípcio tardio
  • trecho inferior em grego antigo

Como foi encontrada

Exibida originalmente dentro de um templo, a estela provavelmente foi removida durante os períodos cristão ou medieval, e finalmente terminou sendo usada como material na construção de um forte na cidade de Roseta (Raxide), no delta do Nilo. 

Foi redescoberta ali em 1799 pelo soldado francês Pierre-François Bouchard, integrante da expedição francesa ao Egito, liderada por Napoleão. 

Primeiro texto bilíngue a ser recuperado na história moderna, a Pedra de Roseta logo despertou grande interesse pela possibilidade de conter uma tradução da antiga língua egípcia, até então nunca decifrada. Cópias litografadas e de gesso passaram a circular entre museus e acadêmicos europeus. 

Posse pelos britânicos

Neste meio tempo, tropas britânicas derrotaram os franceses no Egito, em 1801, e a pedra acabou passando para a posse do Reino Unido, de acordo com a Capitulação de Alexandria. Transportada para Londres, está em exibição ao público no Museu Britânico desde 1802, onde é o objeto mais visitado.

A Tradução - Champollion



 fotografia do busto de François Champollion   O estudo do decreto já estava bem avançado quando a primeira tradução completa do texto grego surgiu, em 1803. Somente 20 anos depois, no entanto, foi feito o anúncio da decifração dos textos egípcios por Jean-François Champollion, em 1822


Muito tempo ainda se passou até que os estudiosos pudessem ler outras antigas inscrições egípcias e compreender sua literatura com alguma confiança. 

Os principais fatores para esta decodificação foram:
  • Descoberta de que a Pedra oferecia três variantes do mesmo texto (1799);
  • O texto em demótico utilizava caracteres fonéticos para soletrar os nomes estrangeiros (1802);
  • O texto em hieróglifos não só também o fazia, como tinha semelhanças profundas com o demótico (Thomas Young, 1814); 
  • Além de serem utilizados para soletrar estes nomes, os caracteres fonéticos também eram utilizados para soletrar palavras nativas do egípcio (Champollion, 1822–1824). 

Desde sua redescoberta, a Pedra tem sido alvo de rivalidades nacionalistas, incluindo sua transferência da França para o Reino Unido durante as Guerras Napoleônicas, a antiga disputa sobre o valor relativo das contribuições de Young e Champollion para a decifração, e, desde 2003, a reivindicação de retorno da Pedra da Roseta feita pelo Egito. (fonte:wikipedia)

II. - Os Hieróglifos


Princípios gerais da escrita egípcia


A escrita hieroglífica podia ser escrita em linhas ou colunas, tanto da esquerda para a direita, como da direita para a esquerda. Para identificar a direção de leitura de um determinado texto, deve-se analisar a direção para onde os sinais estão voltados. Os sinais hieroglíficos estão sempre voltados para o início do texto. 
Desta forma, o texto
nTrnfrnb
Z1
tA
tA
nb
ir
x t
←ramnxpr→G38ra
Z1
←G26ms
z
nfrxpr→
deve ser lido da esquerda para a direita, pois os sinais (como o do machado sagrado, do olho, e dos pássaros) estão voltados para a esquerda .
Os sinais, ainda, eram agrupados de forma a construir um conjunto harmonioso, com a escrita dos hieróglifos dentro de quadrados imaginários. Em um texto, os sinais superiores são sempre lidos antes dos inferiores .

Tipos de Sinais

Os sinais hieroglíficos egípcios são divididos entre ideogramas e fonogramas.

Ideogramas

Quando um único sinal representa, sozinho, uma determinada ideia ou coisa, ele é considerado um ideograma. Por exemplo, o sinal 
pr
que representa uma casa, pode significar a palavra “casa”.
Na maior parte das vezes, os ideogramas funcionam como determinativos. Ao final das palavras, um ideograma é colocado, para indicar a qual categoria uma palavra pertence.

Por exemplo, o sinal    O49

é um determinativo para a ideia de cidade. Assim, pode-se identificar que a palavra
AbbDw
Z1
O49
 



é nome de cidade, pois terminam com o hieróglifo  O49

Os cartuchos, dentro dos quais era escrito o nome de reis e rainhas, era também um ideograma, relacionado à ideia de eternidade.

sw
t
bit
t
ra
Z1
←nbw
kA
kA
kA→
dianxra
Z1

Fonogramas 

  • unilíteros, ou alfabéticos: quando cada sinal representa apenas um som. Estes são os sinais que formam o chamado “alfabeto” egípcio.
  • bilíteros, quando um sinal representa dois sons. Por exemplo,sinais que representam (wr e fr)
  • trilíteros, quando um sinal representa três sons. Como, por exemplo sinais para (anh, nfr, ntr)


Tabuleta colorida com correspondência símbolos x letras
Tabuleta colorida com correspondência símbolos x letras

Representação de Numerais

Tabuleta colorida com correspondência símbolos x números
Tabuleta colorida com correspondência símbolos x números



  •  trecho superior está na forma hieroglífica do egípcio antigo
trecho superior está na forma hieroglífica do egípcio antigo
trecho superior da pedra - forma hieroglífica do egípcio antigo

III. - Escrita Demótica


Escrita demótica, ou sekh shat (escrita para o dia-a-dia) para os egípcios, surgiu no início da 26º dinastia do Egito (667-525 aC). É provável que tenha aparecido pela primeira vez na região do delta do Nilo, tendo se espalhado rapidamente pelo país. Acredita-se que o estado egípcio, na época de Psamético I, tendo em vista a centralização da administração do país, empenhou-se para que a escrita demótica se tornasse padrão no Egito.

Antecessora da demótica, a escrita hierática já representava uma grande evolução em relação aos hieróglifos egípcios. Aos poucos, os desenhos minuciosos e realistas dos hieróglifos deram lugar a representações abstratas, em uma escrita cursiva, mais veloz, e realizada em um único sentido (da direita para a esquerda). A demótica, ainda mais abstrata e rápida, se constituiu como uma reformulação da escrita hierática.
  •  trecho do meio em demótico, variante escrita do egípcio tardio

trecho do meio em demótico
trecho do meio em demótico, variante escrita do egípcio tardio





















Em parte por sua anatomia, em parte pelo incentivo do estado, a escrita demótica passou a ser utilizada na maioria dos registros das atividades dos egípcios, e boa parte do seu corpus sobrevivente consiste de documentos legais. Geralmente esses textos são muito bem escritos, isso sugere que em sua a maioria são produto de uma elite alfabetizada: escribas públicos, funcionários os templos e representantes das classes ricas.


IV. Grego Antigo


A língua grega antiga ou clássica é uma língua indo-europeia extinta, falada na Grécia durante a Antiguidade e que evoluiu para o grego moderno.

O grego (em contexto geral de sua evolução) foi um importante idioma que contribuiu para a formação de vários idiomas, como o português por exemplo com a ajuda do latim.

  •  trecho inferior em grego antigo

trecho inferior da pedra em grego antigo
trecho inferior em grego antigo


V. - Exemplos de Hieróglifos


a) Cartucho de Ramsés II


Como já falado acima, os cartuchos eram locais, dentro dos quais era escrito o nome de reis e rainhas. Era também um ideograma, os Faraós o usavam descrevendo a ideia de sua eternidade.


 foto do cartucho do faraó Ramsés II  foto da escultura da cabeça do faráo com o cartucho ao lado com seu nome



O fabuloso templo de Abu-Simbel, decoração lateral


foto do cartucho de Ramsés II
O cartucho de Ramsés II, se encontra no centro superior


b) Cartucho da Faraó Hatshepsut


No obelisco de Hatshepsut em Karnak, podemos observar o cartucho da Rainha Hatshepsut. Quando se encontra o símbolo do "pato" e do "sol" fora do cartucho, significa filho de Ra. A transcrição do cartucho é Hat_Shepe-Sut.

 fonte:https://www.toniweb.com/index.php/Egipto/Karnak/karnak_3

 foto do obelisco de Hatshepsut
Obelisco de Hatshepsut, Karnak,
foto historiacomgosto
 foto do cartucho do faraó Hatshepsut
foto propriedade: Museu Egípcio

VI. O que está escrito na Pedra da Roseta - Decreto de Mênfis


Excerto do Decreto de Mênfis

Os sumos sacerdotes e profetas [...] e todos os outros sacerdotes que vieram de todos os santuários do país a Mênfis ao encontro do rei, [...] declararam: [...] o rei Ptolemeu [...] tem sido um benfeitor para com os templos e para aqueles que aí habitam, como também para todos aqueles que são seus súbditos; [...] se mostrou benfeitor e consagrou aos santuários receitas em dinheiro e em trigo e tem suportado muitos gastos para conduzir o Egipto à tranquilidade e para assegurar o culto; e que tem sido generoso utilizando todas as suas forças; e que, das receitas e impostos cobrados no Egipto, tem suprimido alguns e aligeirado outros para que o povo e todos pudessem prosperar sob o seu reinado; e que tem suprimido as inúmeras contribuições dos habitantes do Egipto e do resto do seu reino destinadas ao rei, por mais consideráveis que fossem [...] e que depois de inquirir tem renovado os mais honoráveis dos templos, sob o seu reinado, como é devido; em recompensa por isto, os deuses têm-lhe dado saúde, vitória e poder e todas as outras coisas, e a coroa deve permanecer propriedade sua e dos seus filhos, para sempre. COM SORTE PROPÍCIA, foi decidido pelos sacerdotes de todos os santuários do país que devem ser enormemente aumentadas as honras rendidas ao rei Ptolemeu, o Imortal, o amado de Ptah, o deus Epifânio Eucaristo [...]; que se erga em cada santuário, no lugar mais proeminente, uma imagem do rei imortal, Ptolemeu, deus Epifânio Eucaristo, imagem que levará o nome de Ptolemeu, defensor do Egipto, junto da qual deverá ficar o deus principal do santuário, entregando-lhe a arma da vitória, segundo o modo egípcio [...]

Trad. J. C. Sales e H. C. Manuelito (2007). Feita a partir de trad. para o inglês, de C. Andrews (1983)[59]


VII. Referências


Todo o texto não é original. Foi obtido da Wikipédia através da compilação de vários artigos; Finalidade divulgação cultural;

Wikipédia - Pedra da Roseta / Hieróglifos / Escrita Demótica / Grego antigo / Ramsés II / Hatshepsut / Champolion;


VIII. Outras Postagens de Interesse publicadas por HistoriacomGosto


Museu Egípcio antigo - 4.000 anos de história

História do Egito - Imperio Novo - Vale dos Reis

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Dúvida Cruel I - Obelisco de Luxor: "A retribuição de Louis Philippe, Rei da França, foi um presente à altura ?"

I. - O Presente de Mohamad Ali - Obelisque de La Concorde, Paris


a) Os Obeliscos de Luxor

Os obeliscos de Luxor são dois obeliscos egípcios de mais de 3.000 anos e que se situavam na entrada do Templo de Luxor no Egito. Eles tem 23 metros de altura foram feitos de granito rosa/amarelo de Assuã, e são decorados com hieróglifos exaltando o reinado do Faraó Ramsés II.

b) Onde está seu par ?


Atualmente em frente ao Templo de Luxor temos apenas um dos obeliscos, tendo em vista que o outro se encontra em Paris, na Praça da Concórdia, em razão de um presente do Sultão Mehmet II para a França e que foi colocado no local em 1838.


foto da antiga cidade de Luxor e  sua entrada com um Obelisco


c) Muhammad Ali / Mehmet II


quadro do governador e vice rei do Egito Muhhamad ALi ou Mehmet II
Muhammad Ali, foi o primeiro governador do Egito, também conhecido como Mehmet Ali Pesha, e que resolveu oferecer os dois obeliscos do templo de Luxor para os franceses. Isso foi durante o tempo em que ele decidiu reformar dramaticamente os aspectos militares, culturais e econômicos do Egito. 

Foi então através dos esforços de Jean Baptiste Apollinaire Lebas que estas duas antigas colunas do Obelisco foram presenteadas ao rei Carlos X pelo vice-rei Mehmet Ali. 

Importante frisar que, antes do primeiro obelisco chegar a Paris, o rei Carlos X já havia abdicado do trono e o rei Luís Filipe assumiu o poder.


A Importância de Muhammad Ali


Muhammad Ali foi um comandante albanês otomano que subiu ao posto de paxá em 1805, e se autodeclarou o Khediva do Egito e do Sudão com a aprovação temporária dos otomanos. Embora não seja um nacionalista moderno, ele é considerado o fundador do Egito moderno por causa das reformas dramáticas nas esferas militar, econômica e cultural que ele instituiu. Ele também governou territórios levantinos fora do Egito. A dinastia que ele estabeleceu governaria o Baixo Egito , o Alto Egito e o Sudão até a Revolução Egípcia de 1952, liderada por Muhammad Naguib e Gamal Abdel Nasser .


d) A França da época


Em 1798 Napoleão Bonaparte invadiu o Egito e por lá ficou até 1799, quando voltou para a França. Ele conseguira tomar o poder no Egito, mas a sua manutenção era muito difícil. Os otomanos e os ingleses resistiam e fustigavam todo o tempo. A sistemática de reabastecimento das tropas era muito difícil. Em 1801 os franceses negociaram a sua rendição e voltaram para casa. Em sua bagagem alguns cientistas levavam muitas relíquias, entre elas a famosa Pedra da Roseta.

O Egito portanto não era mais dominado / ameaçado pela França na época de Muhhamad Ali. Entretanto ele pretendia modernizar o Egito e sabia que para isso precisaria da cooperação dos países mais desenvolvidos como a França

e) O presente para a França


Na realidade o presente de Muhammad Ali não foi só um, mas os dois obeliscos. A Revolução de 1830 obscureceu a doação, mas Mehemet Ali confirmou sua doação em novembro de 1830. Chapollion foi então o especialista contratado para escolher qual dos dois obeliscos seria primeiro enviado à França.

f) A Viagem

Um navio, especialmente fretado para esta missão, o Luxor , comandado por Raymond de Verninac Saint-Maur, deixou Toulon em abril de 1831 e navegou pelo Nilo em agosto. O navio foi carregado com o monólito em dezembro e desceu o Nilo em agosto de 1832.  

foto do pedestal do Obelisco da França contendo detalhes do transporteAssim, foi sob o reinado do rei Luís Filipe I da França que um navio a remo e a vapor com o nome de Esfinge,  foi para Alexandria, que era a segunda maior cidade do Egito na época. 

Foi lá que o navio se encontrou com uma grande barca para transferir o primeiro obelisco de Luxor para Paris, e eles finalmente chegaram a França no porto de Cherbourg, na região da Baixa Normandia, em agosto de 1833, e finalmente o obelisco chegou em Paris, em dezembro do mesmo ano. Três anos depois, em 25 de outubro de 1836, foi transferido para o centro da Place de la Concorde pelo rei Louis-Phillipe.

No pedestal do obelisco que está em Paris foram gravadas imagens mostrando os detalhes do transporte.

g) Obelisco na Praça da Concórdia


foto aérea da Praça da COncórdia com o Obelisco no centro
Praça da Concórdia, Paris, foto de Christian Bortes

Luis Felipe I da França decidiu erguê-lo no centro da praça da Concórdia . A escolha de um monumento sem qualquer conexão com a história nacional pretendia evitar as discussões e tentativas de apropriação deste lugar da Revolução Francesa por uma ou outra facção.


foto do Obelisco na praça
Obelisco em Paris, foto de
 Kan Khampanya
No entanto, foi somente três anos mais tarde, que a estátua original foi removida e o Obelisco de Luxor foi erguido na maior praça de Paris, chamada Place de la Concorde. Após isso não havia mais lembranças do derramamento de sangue que ocorrera aqui durante a Revolução Francesa. 

O segundo obelisco foi deixado de lado na época devido às dificuldades do transporte e manuseio. Entretanto depois de algum tempo os franceses voltaram a reinvindicar a sua posse.   

De fato, foi somente sob o presidente François Mitterand, que a França renunciou a sua reinvidicação  e o segundo Obelisco de Luxor permaneceu no Egito, como um gesto simbólico e de paz entre as nações.

 II. - A retribuição de Louis Philippe - O relógio da citadela


a) Louis Philippe I


Rei da França Luís Filipe ILuís Filipe I (Paris, 6 de outubro de 1773 – Esher, Surrey, 26 de agosto de 1850) foi o Rei dos Franceses de 1830 até sua abdicação em 1848. Seu pai era Luís Filipe II, Duque de Orleães, que havia apoiado a Revolução Francesa e mesmo assim foi guilhotinado durante o Reino do Terror. Luís Filipe fugiu e passou 21 anos no exílio. 

Ele foi declarado rei em 1830 depois de Carlos X ter sido forçado a abdicar. Seu reino, conhecido como a Monarquia de Julho, foi dominada por ricos burgueses e vários ex-oficiais napoleônicos. Ele seguiu políticas conservadoras a partir de 1840, especialmente sob a influência de François Guizot. 

Luís Filipe promoveu uma amizade com o Reino Unido e apoiou uma expansão colonial, notavelmente a Conquista francesa da Argélia. Sua popularidade diminuiu e ele foi forçado a abdicar em fevereiro de 1848, vivendo o resto de sua vida em exílio no Reino Unido.

O último rei da França foi Charles-Louis Napoleon Bonaparte, sobrinho do Napoleão Imperador. Ele reinou de 1852 a 1870.

b) A Mesquita de Muhammad Ali


A Grande Mesquita de Muhammad Ali Pasha ou Mesquita de Alabastro  é uma mesquita situada na Cidadela do Cairo no Egito e encomendada por Muhammad Ali Pasha entre 1830 e 1848.

Situada no cume da cidadela, esta mesquita otomana, a maior  construída na primeira metade do século XIX, é, com sua silhueta animada e seus minaretes gêmeos, a mesquita mais visível do Cairo .


A Mesquita de Muhamad Ali


A mesquita foi construída em memória de Tusun Pasha , o filho mais velho de Muhammad Ali, que morreu em 1816.

Esta mesquita, juntamente com a cidadela, é um dos marcos e atrações turísticas do Cairo e é uma das primeiras construções típicas a ser vista quando se aproxima da cidadela por qualquer direção.

Outros aspectos da Mesquita

foto do locla de higienização no lado externo da Mesquita foto do salão central e sua iluminação


c) As cúpulas do Templo


A mesquita foi construída com uma cúpula central cercada por quatro cúpulas pequenas e quatro semicirculares. Foi construída em um plano quadrado e mediu 41 x 41 metros. A cúpula central tem 21 metros de diâmetro e a altura do edifício é de 52 metros. Dois elegantes minaretes cilíndricos do tipo turco com duas varandas e tampas cônicas estão situadas no lado oeste da mesquita, e elevam-se a 82 metros.


foto das cúpulas do Templo / Mesquita

d) O Relógio


Há uma torre de relógio de bronze no meio do pátio do noroeste, que foi presenteada  a Muhammad Ali pelo rei Luís Filipe da França em 1845.

O relógio da torre, foi dado por Luís Filipe em retribuição ao presente do obelisco. Ele ainda está instalado na torre do relógio da mesquita, porém segundo contam, nunca funcionou.



Relógio da Torre no pátio da Mesquita
Relógio da Torre no pátio da Mesquita, foto de Vachira Sat


 III. - A história existente - Uma troca injusta entre os reis


"A história corriqueira contada hoje em dia no Cairo, para quem visita a Mesquita de Muhammad Ali na citadela, é de que o Rei da França passou  a perna no Sultão Egípcio, que de bobo trocou um Obelisco valioso historicamente por um relógio quebrado que não funciona. Não foi bem assim."

IV. - Referências


https://www.eutouring.com/the_luxor_obelisk_paris.html

sábado, 3 de novembro de 2018

"A arte das bailarinas", impressionismo (?) 6 - Degas

1. - Edgar Degas


autorretrato de Degas
Degas, autorretrato,
Musée d'Orsay
Edgar Hilaire Germain Degas (Paris, 19 de julho de 1834 — Paris, 27 de Setembro, 1917) foi um pintor, gravurista, escultor e fotógrafo francês. É conhecido sobretudo pela sua visão particular no mundo do ballet, sabendo captar os mais belos e súbteis cenários. É ainda reconhecido pelos seus célebres pastéis e como um dos fundadores do impressionismo. Muitos dos seus trabalhos conservam-se hoje no Museu de Orsay, na cidade de Paris, onde o artista nasceu e faleceu.  


Se o quisermos classificar na história da arte, a maioria das obras consagradas de Degas ligam-se ao movimento impressionista formado na França nos fins do século XIX. Com ele estavam Claude Monet, August Renoir, Camille Pissarro e outros, que, cansados de serem recusados nas exposições oficiais, se associaram e criaram a sua própria escola para poderem apresentar as sua obras ao público.

A arte impressionista é descrita frequentemente pelos efeitos de luz ao ar livre. Estas características não são, no entanto, aplicáveis a Degas: mesmo tendo sido um dos principais animadores das exposições impressionistas, não se enquadra no movimento que, em nome da liberdade de pintar, caracteriza o grupo. Ao ar livre ele prefere, e de longe, "o que nós só vemos na nossa memória". Dirigindo-se a um pintor ele diz: Para vós, é necessário a vida natural, para mim, a vida fictícia. 

Ele foi um desenhista excelente, e particularmente magistral na representação do movimento, como pode ser visto em sua interpretação de dançarinos, sujeitos de corridas e nus femininos. Seus retratos são notáveis ​​por sua complexidade psicológica e por seu retrato do isolamento humano. (fonte: Wikipedia)

2. - Historico resumido


Nascimento / adolescência

Filho primogénito do rico banqueiro Auguste Degas e de Célestine Musson, Edgar Hilaire Germain Degas. O pai pertencia a uma família nobre da Bretanha, que se tinha mudado para Nápoles durante a Revolução Francesa; a mãe, Celestina, era originária de Nova Orléans (Luisiana) e a sua família dedicava-se à produção de algodão.

A origem e a formação de Edgar Degas jamais sugeririam que ele viesse a ser um revolucionário, satirizando e reformulando as percepções visuais das pessoas do seu tempo. Em 1845 , entrou como aluno no Liceu Louis-le-Grand (Paris ), onde conheceu Henri Rouart , amigo que o acompanhou durante toda a sua vida. 

Com dezoito anos, numa sala da mansão dos seus pais, instalou um atelier onde concebeu alguns dos melhores trabalhos do início da sua carreira. Não progredia muito na escola, e os pais relembravam-lhe constantemente que era um aristocrata. Já com o bacharelato, saiu do liceu aos vinte anos de idade com outros planos em mente.

Em 1854, ingressa no ateliê de Louis Lamothe , onde encontra Dominique Ingres e os irmãos Flandrin. Foi esse artista quem lhe serviu de conselheiro durante os primeiros anos da sua carreira e que o aproximou de Dominique Ingres. Nos anos seguintes, Degas foi admitido na École des Beaux-Arts, em Paris. Durante este período, ele entrou no estúdio do pintor Felix José Barrias muito famoso em seu tempo. (fonte: wikipedia)


Período na Itália

Entusiasmado, empreendeu uma viagem à Itália, onde viveu por três anos, dedicando-se a copiar as pinturas dos grandes mestres do renascimento como Luca Signorelli, Sandro Botticelli, as esculturas clássicas, afrescos de Rafael e o trabalho de Michelangelo na Capela Sistina, obras que são as principais motivações do pintor.


Retorno à Paris


quadro retrato da família Bellelli
Retrato da família Bellelli, Musée d'Órsay
De retorno a França no ano de 1859, Degas instala-se num estúdio em Paris e continua o seu trabalho sobre o Retrato da família Bellelli, cuja execução durou mais de dois meses e que queria apresentar no Grande Salão de Paris. 

Com esta pintura Degas consegue evidenciar o caráter psicológico da baronesa, que contrasta visivelmente com o do barão.



Manet / Monet

Com tudo isto, em 1864, conheceu um homem que viria a revelar-se um grande amigo e que o marcaria até ao final dos seus dias: Edouard Manet. Ambos estavam copiando o mesmo retrato de Velázquez no Louvre quando se conheceram. Mudou o seu estilo, influenciado principalmente pelo exemplo de Edouard Manet .

Manet promoveu a primeira exposição de arte impressionista, onde Degas mostrou seu trabalho. De 1874 a 1886 Degas expôs com os impressionistas, mas os seus conflitos repetidos com outros membros do grupo e o fato de ter tão pouco em comum com Claude Monet e outros pintores paisagistas , fez com que rejeitasse o rótulo de impressionista que a imprensa lhe tinha criado e tinha popularizado. 

Ainda hoje, a sua inclusão na pintura impressionista é discutida pelos historiadores de arte. Degas apreciava tudo o que era fora do comum.


3. - Quadros famosos


3.1 - Aula de Dança I


A aula de Dança é uma pintura de Edgar Degas , que foi pintada entre 1871 e 1874. Está na coleção do Musée d'Orsay, Paris, França. Foi encomendada por Jean-Baptiste Faure. Degas temporariamente abandonou o trabalho nesta pintura e entregou uma obra de um nome similar ao Faure. 


 quadro Aula de Dança, mostra o professor parado apoaido sobre uma bengala falando para as alunas em traje de balé que escutam atentamente
Aula de Dança, Edgar Degas, 1871 a 1874, Musée d'Orsay, Paris

A pintura retrata dançarinas no final de uma aula sob o mestre de balé Jules Perrot. Perrot e Degas eram amigos, e Degas pintou a aula de Dança na Ópera de Paris um ano depois de ter sido incendiada.


3.2 - Aula de Dança II - Variação do Tema


Esse trabalho é a variante do existente no Musée d'Orsay, Paris.  Cerca de vinte e quatro mulheres, bailarinas e suas mães, esperam enquanto uma dançarina executa uma "atitude" para seu exame. 

Jules Perrot, conduz a aula. A cena imaginária é ambientada na mesma sala   de ensaios da antiga Opéra de Paris, que fora recentemente incendiada. Na parede ao lado do espelho, um cartaz para Guillaume Tell, de Rossini, presta homenagem ao cantor Jean-Baptiste Faure, que encomendou o quadro e o emprestou para a exposição impressionista de 1876.



 Outra versão do quadro Aula de Dança
Aula de Dança. Metropolitan Museum of Art, New York

3.3 - Duas Bailarinas


 quadro Duas bailarinas mostra duas garotas descansando após um exaustivo ensaio
Deux danseuses, 1879, Museu Shelburne


3.4 - Bailarinas se preparando


 quadro Baliarinas atando as saptilhas mostra quatro bailarinas sentandas se preparando para o ensaio
Bailarinas atando as sapatilhas, Degas

3.5. - A Estrela


O palco, visto obliquamente de um camarote junto do proscênio, ficou integrado numa composição deliberadamente descentrada: a bailarina flutua acima do chão fortemente inclinado, como uma borboleta atordoada pelo clarão das gambiarras. Também chamam a esta obra “A Estrela”.

(fonte:https://mediadraw101.blogspot.com/2005/10/duas-obras-de-edgar-degas.html


 quadro A Estrela mostra uma bailarina se apresentando belamente
A Estrela, Degas, 1878, Musée d'Orsay

4.0 - Comentários Gerais sobre as Bailarinas de Degas


Conforme texto do site https://anabotafogoboutique.com.br/o-eterno-fascinio-das-bailarinas-de-degas, na fixação pela representação da arte do ballet em suas telas, Degas parece ter pensado em dois fatores:
"Primeiro, Bailarinas estavam no auge! O apreço pela presença feminina na dança era tão grande que até os papéis masculinos eram, nesta época, desempenhados por mulheres “en travesti”. Bailarinas eram “objetos de desejo” que despertavam um ávido sentimento posse em burgueses ricos.
O segundo fator foi a possibilidade de observar o corpo humano em atividade e em repouso, nos ensaios e no palco, sob as luzes. Esta possibilidade de analisar, estudar e registrar um instante do corpo humano em movimento foi decisiva na predileção de Degas pelas bailarinas.
Quando perguntado por Louise Havemeyer “Por que o Ballet?” ele teria respondido “porque é tudo o que nos restou da arte dos gregos”. Assim como os gregos, Degas estava preocupado com a figura humana – com a força, a postura e o equilíbrio."

5.0 - Referências


Wikipedia - Degas

https://anabotafogoboutique.com.br/o-eterno-fascinio-das-bailarinas-de-degas/

Site : - https://www.edgar-degas.org/

A Estrela - https://mediadraw101.blogspot.com/2005/10/duas-obras-de-edgar-degas.html