1.0 - Introdução à Marrakech e ao Marrocos!
Marrakech, conhecida como a "Cidade Vermelha", consolidou-se como a maior referência turística do Marrocos, sendo vibrante, dinâmica e palco de eventos globais que atraem a atenção de milhões de visitantes.
Embora Fez seja cerca de 270 anos mais antiga que Marrakech, tenha sido também várias vezes capital imperial e reconhecida como a guardiã religiosa do Marrocos, é Marrakech que se destaca como o principal símbolo do país no imaginário internacional.
As duas cidades tem muita tradição história. Entretanto, na atualidade, enquanto Marrakech recebe anualmente cerca de 4 milhoes de turistas são cerca de quatrocentos mil que também visitam Fez, esses mais interessados em conhecer as tradições marroquinas como um todo.
Os principais diferenciais de Marrakech são:
- Marrakech fica no sopé das Montanhas Atlas e serve como porta de entrada tanto para o deserto do Saara quanto para os vales e as montanhas, o que a transforma em base ideal para diversos roteiros turísticos.
- O nome "Marrakech" tornou-se quase sinônimo de Marrocos para muitos estrangeiros. O país em diversas línguas até levou o nome da cidade (por exemplo, "Morocco" deriva de Marrakech).
- Marrakech ficou conhecida mundialmente como um destino “exótico” desde o século XX, graças a celebridades, artistas, escritores e cineastas que visitaram e retrataram a cidade, ajudando a criar seu mito.
- Marrakech investe fortemente em eventos internacionais, como o Festival Internacional de Cinema, feiras de arte, congressos e festivais de música, consolidando sua posição global.
- A cidade foi alvo de grandes investimentos em infraestrutura: aeroporto internacional moderno, variedade de hospedagem (dos riads tradicionais aos hotéis de luxo), transporte acessível, excursões organizadas.
- O período do protetorado francês foi um grande impulsionador da estratégia de tornar Marrakech um centro de turismo investindo em infraestrutura e divulgação na Europa.
Por isso é justo que consideremos Marrakech como o coração pulsante e representativo do Marrocos.
2.0 - História do Marrocos
A história do Marrocos é muito diversificada. Ela reflete uma confluência de culturas, dinastias e influências externas ao longo dos séculos.
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3. 0 Resumo Histórico de Marrakech
Marrakech, uma das cidades imperiais do Marrocos, possui uma história rica e fascinante. Aqui está um resumo detalhado de sua história:
Fundação e Primeiros Habitantes (1062)
- Marrakech foi fundada em 1062 por Abu Bakr ibn Umar, líder da dinastia almorávida. Antes da chegada dos almorávidas, a região era habitada por tribos berberes, que foram fundamentais na formação cultural e social da cidade.
Dinastia Almorávida (1040-1147)
- A cidade foi estabelecida como um centro militar e comercial pelos almorávidas. Sob o comando de Youssef ibn Tashfin, Marrakech se tornou a capital do império almorávida, expandindo sua influência sobre o Magrebe e a Península Ibérica.
- Youssef ibn Tashfin é uma figura central, conhecido por suas conquistas
militares e pela consolidação do império.
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gravura wikipedia.com |
Dinastia Almóada (1147-1269)
- Em 1147, os almóadas, liderados por Abd al-Mu'min, conquistaram Marrakech, substituindo os almorávidas. A cidade floresceu sob os almóadas, que construíram muitos dos marcos arquitetônicos, como a Mesquita Koutoubia.
- Abd
al-Mu'min, o fundador da dinastia almóada, e Yaqub al-Mansur, ficaram conhecidos por suas vitórias militares e projetos de construção.
Dinastia Merínida (1269-1525)
- Os merínidas dominaram Marrakech após a queda dos almóadas, mas preferiram Fez como sua capital principal. Nesse período Marrakech sofreu um período de declínio relativo, embora continuasse a ser um importante centro comercial.
Dinastia Saadiana (1524-1659)
- Marrakech voltou a florescer sob os saadianos, que a tornaram sua capital. O sultão Ahmad al-Mansur é conhecido por sua riqueza e pela construção do Palácio El Badi.
- Um evento importante foi A
Batalha dos Três Reis (1578), onde Ahmad al-Mansur consolidou seu poder
após a vitória sobre os portugueses.
Dinastia Alaouita (1666-presente)
- Os alaouitas tomaram o controle de Marrakech e continuam a governar o Marrocos até hoje. A cidade passou por várias fases de renovação e restauração, especialmente no século XX, com o aumento do turismo.
- Os personagens de destaque são Moulay Ismail, que consolidou o poder alaouita, e Mohammed VI, o atual rei,
que promoveu o desenvolvimento moderno do Marrocos.
Eventos Modernos
- Colonização Francesa (1912-1956):
Durante o protetorado francês, Marrakech se tornou um destino turístico e
cultural, com investimentos em modernização de vias e outros, mas preservando sua herança histórica.
- Independência: Após a
independência do Marrocos em 1956, Marrakech continuou a crescer como um
centro cultural e turístico.
Marrakech hoje é famosa por sua medina histórica,
mercados vibrantes e arquitetura impressionante, atraindo visitantes de todo o
mundo.
4.0 - O que ver em Marrakech
a) Palácio Bahia (1860 a 1870)
O Palácio Bahia teve sua construção iniciada no início no final do século XIX, mais precisamente entre as décadas de 1860 e 1870, durante o reinado do sultão Moulay Hassan I (1873–1894) da dinastia Alaouita.
A construção começou para e com a supervisão de Si Moussa, o grão-vizir do sultão Moulay Hassan I, e foi concluída por ordem de seu filho, Ahmed ben Moussa (Ba Ahmed), que herdou a posição de grão-vizir.
Objetivo da Construção
Culturalmente, o Palácio Bahia é um símbolo de artesanato tradicional marroquino. Sua construção reúne os melhores elementos da arquitetura islâmica e marroquina, com uma clara influência andaluza.
Arquitetonicamente, o palácio é famoso por seus
b) Madrassa Ben Youssef (século XIV)
A Madrassa Ben Youssef, localizada no coração de Marrakech, é uma das maiores e mais impressionantes escolas islâmicas (madrassas) do Norte da África. Fundada séculos atrás, é um marco cultural e histórico do Marrocos, além de ser uma joia da arquitetura islâmica.
Início da construção
A Madrassa Ben Youssef foi originalmente fundada no século XIV, durante o reinado da dinastia Merínida, sob a liderança do sultão Abu al-Hassan. No entanto, a estrutura que conhecemos hoje foi completamente reconstruída em 1564-1565, durante o reinado do sultão Abdallah al-Ghalib (1557–1574), da poderosa dinastia Saadiana. Essa reconstrução deu à madrassa a grandiosidade arquitetônica e artística que ela exibe ainda hoje.
Madrassa Ben Youssef, Marrakech, foto HistoriacomGosto |
Propósito
c) Palacio El Badi (1578)
O Palácio El Badi (Palais El Badi), é uma obra monumental que reflete o apogeu da dinastia Saadiana e a ambição de seus governantes. Embora atualmente esteja em ruínas, é uma das joias históricas de Marrakech, representando o luxo e a grandiosidade do reinado do sultão Ahmed al-Mansur.
O Palácio El Badi foi construído no final do século XVI, com obras iniciadas em 1578 e finalizadas por volta do início do século XVII. A construção foi bancada com o enorme tesouro obtido após a vitória na Batalha dos Três Reis (Batalha de Alcácer-Quibir), quando os Saadianos derrotaram os portugueses.
Propósito
O Palácio El Badi foi concebido como um palácio governamental altamente luxuoso utilizado para recepções diplomáticas e festividades oficiais. Ele foi feito como símbolo do poder da dinastia saadiana.
d) Mesquita Koutobia
A Mesquita Koutoubia é um marco significativo da história islâmica no Marrocos. Com seu imponente minarete de 77 metros de altura, visível em grande parte da cidade, a mesquita é um símbolo tanto espiritual quanto arquitetônico.
e) Praça Jemaa El-Fna (século XI)
A Praça Jemaa El-Fna, localizada no coração da medina de Marrakech, é um dos pontos mais emblemáticos e vibrantes do Marrocos. Este espaço público é considerado o epicentro cultural, social e turístico da cidade, oferecendo uma mistura fascinante de histórias, tradições, gastronomia e performances artísticas. Atualmente, a praça é reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, destacando sua importância na preservação da rica herança oral e cultural marroquina.
A Jemaa El-Fna abrange uma área aberta que varia em torno de 24.000 metros quadrados, tornando-se assim um dos maiores espaços públicos do Marrocos. Rodeada por cafés, restaurantes e o movimentado souk (mercado), a praça é um verdadeiro coração social que transforma a medina de Marrakech em uma metrópole pulsante.
Praça Jemaa El-Fna, no começo da tarde, foto HistoriacomGosto |
A origem da Jemaa El-Fna remonta ao século XI, durante o reinado dos Almorávidas, que fundaram Marrakech e a estabeleceram como sua capital. No entanto, a praça começou a tomar sua forma atual no século XII, após destruições e reconstruções promovidas pelos Almóadas.
Ao longo dos séculos, a praça serviu como um ponto de encontro para comerciantes, viajantes e artistas. Seu nome, Jemaa El-Fna, é intrigante e pode ser traduzido de formas diferentes. Jemaa significa "mesquita" e Fna pode significar "fim" ou "morte", o que historicamente pode fazer referência à presença de execuções públicas no espaço durante os primeiros séculos, antes de se consolidar como um local de convivência e celebração.
f) Old Medina (Cidade Velha) e seus souks
A Old Medina (cidade velha) de Marrakech é o coração histórico e cultural da cidade, um verdadeiro labirinto repleto de história, tradições e vibração autêntica. Fundada no século XI, sua riqueza arquitetônica, cultural e social fez dela um dos lugares mais fascinantes do Marrocos e um dos principais destinos turísticos do mundo. A medina de Marrakech é reconhecida como Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO, e sua importância histórica e cultural transcende séculos.
A origem da medina remonta ao ano de 1070/1071, durante o reinado da dinastia Almorávida, que fundou Marrakech como a capital do seu império. Liderados pelo califa Youssef Ibn Tachfin, os almorávidas estabeleceram a cidade estrategicamente como um centro comercial e cultural.
- Reparos em metais, madeiras, ...,.
Fotos HistoriacomGosto - Souk, Medina em Marrakech
g) Feira ao ar livre - entrada de Marrakech
h) Jardim secreto
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Jardim secreto, foto HistoriacomGosto |
O Jardim Secreto é mais do que um espaço verde; é uma obra-prima da arquitetura islâmica e da engenharia tradicional. Dividido em duas seções principais (o jardim exótico e o jardim islâmico), ele oferece harmonia entre espiritualidade, natureza e design humano.
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jardim secreto, foto @Mathiasrhode, dreamstime.com |
- Jardim Exótico: Este espaço celebra a biodiversidade global, com plantas provenientes de diferentes partes do mundo. Espécies tropicais e mediterrâneas — como cactos, palmeiras, bambus e flores diversificadas — criam uma paisagem exuberante que contrasta com as linhas geométricas do design islâmico.
- Jardim Islâmico: Inspirado nos conceitos do paraíso descritos no Alcorão, o Jardim Islâmico é organizado em torno de elementos simétricos, com canais de irrigação que simbolizam os quatro rios do paraíso (água, leite, vinho e mel). Árvores frutíferas, como limoeiros e oliveiras, e fontes de água central criam um ambiente de paz e contemplação, características essenciais dos jardins paradisíacos islâmicos.
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Jardim Secreto, foto HistoriacomGosto |
i) Artes antigas
Visitamos em Marrakech uma loja, palácio especializado em peças de arte antiga. Muitos objetos espetaculares de pequenas, médias e grandes proporções. Qualidade indiscutível. Vejam abaixo:
a) Local das Instalações
b) amostra 01
j) Riad
Os riads, típicos do Marrocos e especialmente abundantes em Marrakech, são um dos exemplos mais cativantes da arquitetura tradicional islâmica e árabe. Essas residências luxuosas foram projetadas para proporcionar conforto, privacidade e harmonia com a natureza, e ainda hoje formam uma parte essencial da experiência cultural marroquina.
A palavra "riad" vem do árabe "riyad", que significa jardim. Originalmente, esses edifícios eram palacetes ou casas tradicionais da elite marroquina, muitas vezes ocupados por famílias nobres ou mercadores ricos. O elemento mais marcante de um riad é o pátio interno, que serve como o coração da casa e é geralmente ornamentado com jardins, fontes, piscinas e outros detalhes que simbolizam paz e frescor.
Riad , Marrakech, foto HistoriacomGosto |
O pátio central é o coração do riad, projetado para criar um ambiente tranquilo e refrescante. Muitas vezes, é rodeado por arcos ou colunas e conta com:
- Fontes e piscinas: Elementos aquáticos centrais que ajudam a refrescar o ar em dias quentes, criando um microclima agradável.
- Jardins exuberantes: Árvores cítricas, palmeiras, flores e arbustos harmonizam com a água, trazendo uma sensação de serenidade. O pátio reflete a ideia do paraíso no Islã, frequentemente descrito como um jardim com rios fluindo.
k) Menara Garden
O Jardim Menara (Jardin de la Ménara), localizado a cerca de 3 quilômetros do centro de Marrakech, é um dos lugares mais históricos e tranquilos da cidade. Com suas oliveiras vastas, um grande lago artificial e um icônico pavilhão ao fundo, o jardim representa um belo exemplo de paisagismo tradicional marroquino que une natureza, espiritualidade e funcionalidade.
Projeto e Construção
O Jardim Menara foi inicialmente projetado no século XII, durante o reinado da dinastia Almóada. Ele foi encomendado pelo califa Abd al-Mu'min, o mesmo que construiu vários outros marcos importantes em Marrakech, como a Mesquita Koutoubia.
O lago artificial no centro do jardim é abastecido com água proveniente das montanhas do Alto Atlas, transportada por um sistema de irrigação tradicional conhecido como "khettara". Esse lago serve como reservatório para irrigar os imensos olivais que cercam a área, que ainda hoje se destacam pela produção de azeite.
Além disso, o jardim foi desenhado como um espaço de lazer para a elite da época, refletindo o apreço islâmico pelo jardim como um símbolo do paraíso terrestre, um lugar de paz e harmonia.
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Menara Garden, foto de Tudor Antonel Adrian em dreamstime.com |
O Jardim Menara cobre uma área de aproximadamente 100 hectares, o que o torna um dos maiores jardins históricos de Marrakech.
l) Bairro Moderno - Gueliz
O bairro moderno de Marrakech é chamado de Gueliz (Guéliz em francês). Ele é o centro da zona moderna da cidade, contrastando com a medina histórica tanto em ambiente quanto em arquitetura. Esse bairro foi originalmente projetado durante o período do protetorado francês no Marrocos, no início do século XX.
l.1 - Avenidas modernas
l2. - Prédios modernos
Nessa área de Gueliz já se encontram também prédios modernos, estilo ocidental porém com cerca de 5 a 6 andares.
l2. - Lojas de Marcas europeias
Em Gueliz, que é o centro moderno e cosmopolita de Marrakech, encontramos diversas marcas europeias e internacionais que refletem o estilo contemporâneo e o crescente dinamismo econômico da cidade. Além da Zara e da Louis Vuitton, estão localizados na área H&M, Massimo Dutti, Stradivarius, Mango, Cartier, Gucci, Chanel e outros.
l3. - Hoteis
l4. - Shopping Center - Menara Mall
O Menara Mall é mais focado em áreas de jogos infantis e jogos para adolescentes. Pouquíssimas lojas. A cultura de Marrakech é de comercio local e as lojas de luxo tem o seu próprio espaço nas avenidas de Gueliz.
m) Loja cerâmica
Em Marrakech pode-se encontrar cerâmicas artesanais feitas na região e também na famosa fábrica de Fez. OS potes para Tagine, copos e pratos de salada são especiais.
n) Jardim Majorelle
O Jardim Majorelle foi criado em 1923 pelo artista francês Jacques Majorelle (1886–1962), que se estabeleceu em Marrakech buscando inspiração em suas paisagens e cultura. Filho de um famoso designer de móveis, Jacques era um pintor apaixonado que ficou encantado pelas cores, formas e o dinamismo do Marrocos.
Jardim de Majorelle, Marrakech, foto HistoriacomGosto |
Majorelle comprou uma propriedade no bairro de Gueliz e passou décadas coletando plantas exóticas e projetando o espaço. Em 1931, ele contratou o arquiteto francês Paul Sinoir para construir uma villa ao estilo Art Déco no centro do jardim. Essa villa hoje é um ponto central do espaço.
O propósito inicial de Jacques Majorelle para o jardim era criar um espaço de inspiração e serenidade para suas pinturas. Ao mesmo tempo, ele queria experimentar um jardim botânico único, reunindo plantas e espécies de várias partes do mundo, com um design que refletisse um paradigma de harmonia entre natureza e arte. A partir de 1947, Jacques Majorelle abriu o local para visitação pública.
Jardim Majorelle, foto HistoriacomGosto |
Com o passar dos anos e após a morte de Jacques Majorelle em 1962, o jardim foi negligenciado e caiu em decadência. Em 1980, os famosos estilistas franceses Yves Saint Laurent e seu parceiro Pierre Bergé adquiriram o Jardim Majorelle, salvando-o da destruição, pois havia o risco de a propriedade ser demolida para dar lugar a um hotel.
Jardim Majorelle, foto HistoriacomGosto |
Jardim Majorelle, foto HistoriacomGosto |
Quais plantas podemos encontrar no Jardim ?
O Jardim abriga mais de 300 espécies de plantas exóticas oriundas de diversas partes do mundo, transformando-o em um verdadeiro jardim botânico global. As principais espécies incluem:
5.0 - Referências
Wikipedia - Marrakech / Marrocos
ChatGpt - Pesquisa de localidades
HistoriacomGosto - Nota de Viagem e fotos
Dreamstime - fotos quando referenciadas